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100% PORTUGAL

A IMPORTÂNCIA DO MADE IN PORTUGAL

Numa semana em que se comemorou o Dia de Camões, Portugal e das Comunidades Portuguesas e depois do Podcast inspirador do Gonçalo Catarino com a Joana Campos Silva, começamos por escrever primeiro este post em Português, fazendo a tradução posterior para Inglês.

A verdade é que enquanto marca que aspira à internacionalização é importante conseguirmos comunicar numa língua universal. Mas é igualmente verdade que é notória a falta de conteúdos em português acerca de moda e sustentabilidade. Assim e numa ótica de partilha e de construção de uma comunidade forte portuguesa e informada no que diz respeito a sustentabilidade, decidimos começar a produzir conteúdos também em Português. Esperamos que gostem.

Ao desenharmos a BASEVILLE sempre tivemos a certeza de que queríamos uma marca 100% nacional. Não só por uma questão de sermos orgulhosamente defensoras do nosso País, mas também porque acreditamos no valor da marca Portugal. Na Indústria Têxtil e na produção responsável em todas as dimensões de Sustentabilidade (Sócio-cultural, Ecológica, Económica e Política) que se pratica no nosso país.

Selo ‘Made in Portugal’

Portugal tem uma indústria do Têxtil e do Vestuário com cerca de 200 anos de história e know-how acumulados. Não somos um País tradicionalmente produtor de matéria prima (existem pequenas produções de linho, cânhamo e lã que não são suficientes para a nossa produção e por isso importamos a maior parte das fibras que trabalhamos), mas somos sim um País reconhecidamente (sub)contratado para a produção têxtil de grandes marcas internacionais, produção esta quer de vestuário (produto acabado), quer de materiais têxteis (que posteriormente irão dar origem a produto acabado).

O selo “Made in Portugal” acrescenta valor ao produto têxtil e é esse o motivo pelo qual as marcas o imprimem nas suas etiquetas mesmo não sendo obrigação legal na maior parte dos países da União Europeia. Esta “pequena inscrição” tem vários significados, nomeadamente qualidade superior (o know-how português na produção de produtos têxteis), longevidade e durabilidade, fatores muito significativos em sustentabilidade.

Portugal Responsável

A produção em Portugal permite também assegurar ao consumidor que as suas peças de roupa foram produzidas num País com forte legislação laboral e social, garantindo que:

  • Não existiram pessoas em trabalho forçado, não remunerado, infantil ou clandestino (como acontece em países em desenvolvimento e também, surpreendentemente, em alguns países Europeus);
  • Os trabalhadores estão protegidos por seguros de acidentes no trabalho, proteção social e cuidados de saúde;
  • Os trabalhadores são livres de se organizarem em associações para defenderem os seus direitos;
  • As empresas para laborar necessitam de licenças que obrigam a inspeções de várias entidades (Proteção Civil, Bombeiros, Municípios,…). Licenças que asseguram a existência de condições de trabalho. Que em caso de eventuais acidentes, há uma cadeia nacional de proteção aos trabalhadores.

Embora para nós todos estes sejam dados adquiridos e necessários, em muitos países nenhuma das condições acima mencionadas é real. O simples fato de produzir em Portugal, à partida, significa que a vertente Sócio-cultural da Sustentabilidade é verificada.

A vertente Política da Sustentabilidade assegura o cumprimento “automático” da vertente Sócio-cultural. É a legislação (e o Estado Social) a levar à obrigação de cumprimento das leis laborais e das leis ambientais. De forma semelhante ao que acontece na proteção ao trabalhador, podemos observar a proteção ao ambiente e prevenção de acidentes (vertente Ecológica):

  • Para uma empresa/ estabelecimento laborar necessita de licenciamento ambiental que o pode incluir gestão de resíduos, utilização de químicos, descarga de efluentes de águas residuais,…;
  • Existe um custo (elevado) de água e energia que origina medidas de minimização/ redução de custos com impacto direto nos consumos destes recursos (que vão desde a utilização de maquinaria topo de gama com redução de consumos de água/ energia, passando por utilização de energias alternativas ou renováveis – energias mais limpas que o carvão, muito utilizado em países em desenvolvimento).

Chegamos então à vertente em Sustentabilidade mais complicada em gerir em território nacional – a dimensão Económica.

Criar Valor com o ‘selo’ Portugal

Portugal é um grande contratado têxtil para grandes marcas internacionais. O Made in Portugal acrescenta valor ao produto. Mesmo em marcas fast-fashion este selo permite produtos com preços mais elevados devido à qualidade que é percepcionada pelo cliente. Infelizmente, não é por isso que as margens praticadas no setor têxtil em Portugal são superiores. As empresas portuguesas estão do lado da subcontratação com margens para a produção esmagadas pelas empresas detentoras das marcas.

É estratégico defender os interesses nacionais optando pelo produzido em Portugal. Infelizmente, estudos comprovam que os portugueses não optam pelo consumo nacional, preferindo marcas internacionais (muitas vezes ibéricas) a marcas nacionais. Marcas estas que produzem e desenham em Portugal. Então, porquê optar por estas em detrimento “das nossas”?

Porque não optar por marcas portuguesas? 100% desenhadas e produzidas em território nacional? Porque optar por fazer crescer outros países e marcas quando o que se produz em solo nacional tem todo este valor?

Hoje há provas dadas do design português, vemos o interesse de outros países em Portugal quer ao nível do Turismo, quer ao nível da moda, cultura,.. Então porque não o vemos nós também?

 

Todos somos mais. Mas precisamos de trabalhar em conjunto para chegar mais longe. Precisamos de influenciadores portugueses a influenciar por Portugal e marcas Portuguesas. Precisamos de media portugueses a divulgar o melhor que se faz no nosso País. Necessitamos apoios estatais, de consumidores INformados, do teu poder.

E por isso lançamos o #MovimentoIN. De INformação. INclusão. De INício de um novo capítulo. E por isso lançámos o nosso blogue.

Terminamos com um estrangeirismo num post nacional (esperamos ser perdoadas): e tu? Estás IN para a mudança?

 

#iminbaseville